Há nematoides ditos entomopatogênicos, úteis e eficazes no controle de certos tipos de insetos tidos como pragas. Associam-se a bactérias, as quais são altamente patogênicas a certos grupos de insetos. Na verdade, ocorre que os nematoides apenas carregam as bactérias e, após penetrarem no corpo do inseto-alvo, liberam-nas na corrente hemolinfática, provocando a morte do inseto em 24 a 48 horas.
O Instituto Biológico vem desenvolvendo meios para cultivo in vitro desses nematoides e técnicas de produção massal. Paralelamente, o IB vem testando nematoides contra diversas espécies de insetos, principalmente pragas da cana-de-açúcar.
Atualmente, ocorrem na cana-de-açúcar pelo menos 7 espécies de insetos de importância primária, sendo pelo menos 5 consideradas pragas de solo e, portanto, alvos potenciais para aplicabilidade dos nematoides “do bem”.
Uma das principais pragas da cana é o bicudo-da-cana-de-açúcar, Sphenophorus levis. As larvas destroem o rizoma da planta, causando prejuízos da ordem de 30 t cana/ha, além de reduzir a longevidade do canavial.
Testes em laboratório e campo confirmam a eficiência de controle desses nematoides sobre as larvas e adultos de Sphenophorus levis. A utilização do nematoide Steinernema braziliense para o controle do bicudo-da-cana possibilitou ganhos de até 17 t/ha na produção de cana.
Existe um produto comercial à base desses nematoides registrado no Brasil, sendo recomendado para o controle do bicudo-da-cana.